terça-feira, 11 de setembro de 2012

Vida através de vidas.

Chegou em casa, tirou o paletó e o jogou no sofá, não queria saber de mais nada. Não sentia mais seu corpo, pensava no que havia acontecido durante o dia, sentia o mundo desabar sem que pudesse fazer algo para modificar tal situação. Ele queria gritar mas lhe faltava voz, queria correr mas lhe faltava fôlego, queria chorar mas as lágrimas haviam secado, queria amar mas seu coração estava em pedaços. Pensava no que podia fazer para que aquela agonia e ansiedade acabasse, então, se lembrou de uma arma que seu pai havia lhe dado e que guardava em sua escrivaninha, quando ia em direção do seu quarto para pega-lá seu interfone tocou, era uma jovem que o procurava, ficou assustado pois a tempos não recebia visitas, mas foi atende-la. Quando abriu a porta de seu apartamento foi surpreendido com um abraço de uma menina que dizia ser sua filha, o que lhe deixou ainda mais surpreso. Nunca havia pensado na possibilidade de ser pai na sua juventude não se dava bem com as mulheres, mas rapidamente se lembrou de uma que tinha lhe mostrado todo o amor dessa vida, para depois o abandonar, o deixando na sarjeta. Ao conversar com a garota só confirmou o que se lembrava, ficara confuso por muito tempo, mas a abrigou. Com o passar dos dias, foi sentindo que uma nova vida recomeçava para ele, e que a mulher que um dia o fez feliz e o abandonou, de novo o deu esperança, mesmo que por meio de outra vida.

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